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Grécia ainda pretende emitir títulos comuns à Zona do Euro, diz primeiro-ministro

Proposta de George Papandreou já tem aceitação até do presidente do BCE, mas ainda vê resistências por parte da Alemanha

Por  Thiago Salomão

SÃO PAULO – O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, disse nesta sexta-feira (31) que o país segue buscando apoio para o seu plano de emissão de títulos governamentais comuns à Zona do Euro, ideia que embora agrade uma boa parte dos líderes europeus, ainda sofre grande resistência da principal economia do continente – a Alemanha.

Segundo Papandreou, a criação desses títulos comuns ajudaria os países que têm sofrido com o agravamento da crise de âmbito fiscal que ronda o continente. Em artigo publicado no jornal local Ethnos, o primeiro-ministro argumenta que o receio dos investidores sobre essas economias problemáticas têm elevado os yields pagos pelos títulos de dívida, colocando-os em desvantagem perante outras economias.

“Estamos travando uma batalha ao nível mundial e europeu. Uma batalha contra as debilidades de um sistema bancário internacional que ainda tem dificuldades e não está financiando a economia real, e contra os desequilíbrios na zona do euro, onde alguns contraem empréstimos mais caros que outros e, consequentemente, sempre são menos competitivos”, escreveu Papandreou.

Trichet é a favor; Alemanha é contra
Dentre os líderes europeus que defendem a iniciativa grega, está Jean-Claude Juncker, presidente do BCE (Banco Central Europeu). Para ele, a criação desses títulos comuns à Zona do Euro é uma boa forma de acelerar o processo de integração fiscal dessas economias necessitadas.

Na outra ponta da discussão, está a Alemanha, principal economia do continente. Para ela, a emissão desses títulos poderia distorcer a realidade vista nos mercados, argumentando que os níveis mais altos de spread (diferença) entre os yields reflete precisam ser encarados como um incentivo para se adotar uma política fiscal mais estável, disse o ministro das finanças do país, Wolfgang Schaeuble, que teme que os yields alemães subam com a operação.

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